domingo, 26 de outubro de 2008

Pisando em carnes........


E assim passou as folhas de outono, mas não aquelas secas que descansam sobre a terra, mas sim, as verdes e vivas que brotam no solo. Verdes de vários tons foi o que deu o tom na dieta de Helena. Ela não havia dito que mudaria ? Então, agora ela resolveu sair no braço, cansou de esperar o que lhe era devido. E se dentro dela já estava tudo em ordem, agora era hora de partir para o exterior.
Mudanças pelo corpo adaptando ao ideal dos animais do topo da evolução, já seria um começo. Futilidade essa dieta dela, meu caro leitor ? Não, apenas a construção do cavalo de Tróia, que enquanto distrai o meio com sua beleza, envenena e mata o ambiente com a sua essência.
Ela deixou de mimar e ter piedade por sua filha única. Sim, ela tinha uma filha e era a sua essência. Ela tinha um amor enorme pelo seu "eu", mas estava aprendendo que para mudanças externas, piedade não funcionava, e sim ameaças. Não teria medo mais de se machucar ou sofrer, iria mudar de qualquer jeito, agora seria mudança ou a morte.
A questão era que tudo estava a sua volta para ela colher o que queria, mas como se colhe se naum tem instrumentos ? Simpatia e o riso de uma gordinha ela já tinha, e isso era muito bom para se ganhar adeptos a sua causa. Agora, um corpo esbelto ajudaria muito, pois ela já tinha uma beleza exótica e marcante, dessas que você não encontra em toda esquina, uma beleza que parece que saiu de um quadro renascentista, só faltava ela tirar tudo aquilo que estava cobrindo e impedindo de ver.
Helena antes imaginava que poderia ser como fosse, que a sociedade poderia pedir o modelo que desejava, pois ela seria apenas ela. Mas a verdade é, que ela descobriu com o tempo, que em alguma hora acaba precisando usar a escada humana para sobreviver ou para subir, e que fica bem mais fácil manejar a escada humana se você está disfarçada com os ideiais e valores daqueles que serão os degraus.
Então use a escada humana e faça cada pessoa o seu degrau, Helena. Não tenha vergonha, utilize disso o quanto for necessário, pois agora a sua ética, moral e respeito pelo próximo já se esgotou. As pérolas já foram dadas para os porcos, agora resta apenas cavalgar em porcos até que encontre o lugar e tudo aquilo que lhe pertença, pois é se desejando que será seu............

sexta-feira, 23 de maio de 2008

E Shakespeare disse.......................


Helena descobriu que quase tudo que já escreveram sobre o amor é verdade.
Shakespeare disse : Encontro de amor é jornada finda.
Que idéia fabulosa, Helena achava sobre isso, ela mesma nunca vivenciou uma coisa remotamente parecida embora acreditasse que Shakespeare poderia ter feito isso. Ela pensava no amor mais do que qualquer um deveria, ficava sempre perplexa com o enorme poder do amor de modificar e definir as nossas vidas.
E foi Shakespeare quem disse : “O amor é cego.”
E isso era uma coisa que ela tinha certeza.
Para alguns de maneira inexplicável, o amor começa a murchar..........
Para outros o amor simplesmente se perde.........
E por outro lado, claro, o amor também pode ser encontrado. Mesmo que por apenas uma noite.
E há também um outro tipo de amor, o tipo mais cruel, aquele que quase mata suas vítimas. Ele se chama amor não correspondido. E Helena era especialista nele.
A maioria das histórias de amor são das pessoas que se apaixonam umas pelas outras. Mas e o restante das pessoas que eram como Helena ? E as histórias deles ?
Eles que se apaixonam sozinhos, são vítimas de uma relação de mão única. São a maldição dos apaixonados, são os não amados, os que caminham feridos, os deficientes sem direito a uma vaga exclusiva.
É, vocês estão conhecendo uma pessoa assim. Helena amava uma certa pessoa, por espontânea vontade por mais de 3 anos terríveis, certamente os piores anos da sua vida, os piores natais, os piores aniversários, reveillons regados a lágrimas e calmantes. Esses 3 anos em que esteve apaixonada foram os mais triste de sua vida, tudo porque foi amaldiçoada a amar uma pessoa que não lhe ama e nunca vai amar. Só de olhar para ele, o coração disparava, a garganta apertava e ficava impossível engolir ........
Simplesmente os sintomas de costume.........

terça-feira, 1 de abril de 2008

Que Deus invente outro.......................



Estava cansada naquela manhã. Um cansaço que não se explica, ou se explica sim ? Corpo que repousou a noite inteira, sol leve e fraco da manhã que entrava pelos vidrais e acariciava o seu rosto. Seria um belo momento esse, não seria ? Para uma alma fadigada pelo cotidiano, aquilo era mais um incômodo do que uma bela manhã.
Helena pedia a Deus a inventar um outro meio para lapidar os seus bonequinhos criados a partir do barro.Ela pedia sim, esperava ter algo maior do que ela, pois não lhe agradava a idéia de que respeitou os outros, gastou tempo se aprimorando e se cuidando para no final virar um saco de adubo. Não seria revoltante demais isso ? Pois se não fosse esse algo maior que ela esperava, em cada ataque de fúria dela, ela já teria se gladiado com vários “leões sem causas” do Coliseu do seu ambiente.
Pois agora ela procurava uma solução para sair do sistema já descoberto. Talvez a dor e falta de piedade para com ela seria uma saída. Sim, senhores. Eles queriam mais perfeição, algo sem defeitos e perfeito 24 hrs por dia. Ela tentaria sim, e o resto da perfeição que não conseguir ela ocultaria ou mentiria, se eles sabem cobrar ela também saberia dar o que era realmente devido. Pois a melhor vingança é fazer o outro de tolo achando que você realmente está na dele, mas realmente está “papagaiando” o ridículo dele.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Gênesis - A Origem III


Não se engane achando que ela é mais uma com um drama existencial, como várias outras. Ela não foi escolhida por acaso, tem muito mais coisa do que se pode ver na superfície. Desde que foi começando a ter consciência, ela foi se perdendo na mesma.
Vivia-se em um coma profundo, vegetava-se, não foi por perder a consciência e sim por ter consciência do que não lhe devia.
Vivemos as cegas, tentando segurar objetos no escuro. Com o passar do tempo acostumamos com o escuro e começamos a entender o que se passa ao redor. O problema é que tudo tem o seu tempo e com Helena aconteceu cedo a revelação. Ela teve consciência, a maldita consciência do que é viver, o segredo foi descoberto.
E o que ela se tornou por ter descoberto ? Nada além do que uma galinha que descobre, que foi criada para ser morta. Enquanto isso as outras continuam se alimentando para que a morte tenha um conteúdo farto para se alimentar.
Mas contudo ela conseguia viver nas horas que se distraia com as fantasias criadas pelos outros, ou você acha que a roupa da ultima coleção e a música da estação eram avanços tecnológicos para o progresso da humanidade ? Eram apenas cortinas de névoas com essência de jasmim, que impedia a imagem do vale dos esquecidos, evitando o colapso da sociedade com o horror da visão do vale e alienando por completo a consciência da evolução ou morte do ser.


Continua..........

domingo, 13 de janeiro de 2008

Gênesis - A Origem II


Camões estava tão longe de seu tempo, porém havia vivido igualmente a Helena, pois ela também via os bons sempre passar ,em um mundo de graves tormentos. Helena sim, ela se chamava Helena. E adoraria estar longe de onde se encontrava, pois as ceras de suas asas que seguravam as penas também derreteu-se. Ah, Helena ! Porque resolveu fugir de seu lugar em plena face do Deus – Sol ? Ele não permitiria mesmo você desafiar a sua natureza.
E os amores de Helena ? Todos discípulos de Platão, todos platônicos...... Ela tinha facilidade de amar tudo o que não era devido, pois ela achava que poderia funcionar como um elixir da vida, um amor que não lhe era devido. Mas ninguém havia amado ela ? Já haviam amado ela porém todos pobres de almas que afundaria ela mais em seu desprazer existencial. Ela até permitia-se amar quem ela não amava, porém além disso teria a pobreza da alma que lhe afundaria. Suicídio de vida, usando um desprazer no amor, ela ainda não queria.
Como salvar Helena de sua existência presente ? Os problemas da vida dela era apenas a superfície de seus tormentos, havia mais e maiores e foram dados a ela para aliviar a carga de seus criadores, mas ela poderia deixar tudo aquilo perdido em algum lugar do tempo, mas não dava, porque estava diretamente ligado à ela, pois eram membros de sua família que usava ela como aterro sanitário, para sanar os seus problemas. Pois achavam que ela era equilibrada o bastante para receber todos esses detritos.
Quem mandou você, Helena, a ter tanto orgulho e não preocupar os outros com as suas fraquezas ? Na verdade ela sabia que estava só, e para que mostrar os seus problemas em praça pública ? Ela sabia que onde ela estava ninguém ajudaria, e qualquer palavra de compreensão, seria na realidade curiosidade alheia à seus problemas, era a cultura daquela sociedade, era o hábito daquela cidade.
Continua...............

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Gênesis - A Origem


Uma coisa é fato, começa a degenerar a saúde a partir do nascimento, gotas de tempo corrói o fruto saudável da vida. Começarei a minha escrita amadora, sem nenhum enfeite e nenhuma preocupação com o formalismo da língua, pois as minhas palavras são soltas e desabrochadas e não precisam de nenhum molde que segurem e imobilizem-nas. Tento captar o objetivo do subjetivo da vida humana, para tentar decifrar uma vida alheia, assim terei a resposta que necessito para a minha.
Era véspera de finados, e ela já estava quase morta, não pelo corpo, mas o espírito que se esgotava. Será que convencionou-se a colocar finados no final do ano, porque todos já estão cansados de repetirem-se ao extremo ? Mas logo após a morte, vem a promessa de vida no dia 25 de dezembro. E era isso que ela esperava, esperava que até lá a sua vida já estivesse resolvida.
Mas como resolver se ela não tinha coragem de sacrificar o presente em oferenda ao seu eu-futuro. Era sempre assim, ela bloqueava todas as dores do seu eu-presente, e isso respingava corroendo o seu passado e um possível futuro, que a cada dia deformavam-se por receber aquilo que não cabiam a eles. E ela tornava-se a maquiar o HOJE, que já parecia um tanto quanto grosseiro as suas linhas e suas expressões já estavam um tanto quanto falsas.
Sua vida vegetava mas como se ela seguiu todos os conselhos, ingredientes e receitas que ouvira de seus antepassados ? Ela já havia planejado tudo, planejava uma vida mediana porém confortável para não incomodar a seu Deus. Ela era modesta, não abusava de sua natureza, ambiente, corpo e do seu interior; com o intuito de menos ser mais. Mas o que adiantava ? O que recebeu ? Infelizmente nada, talvez seja porque usou ciências exatas e não a humana para resolver a sua vida. E talvez essa seria uma possível regra de seu Deus. Quer viver ? Viva, e não calcule nada, porque para cálculos a vida não dá respostas.

Continua.....................................

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Olhar de Horus sobre minha escrita.

Segundo dia do primeiro mês do oitavo ano de 2000.
Tentando renovar um olhar sobre a vida, tentarei fazer da minha escrita, um sopro de vida, que faça reviver algo que acaba de se renovar.
Para isso peço proteção e poder, usando o olho de Hórus, para que eu consiga fazer algo maior. ultrapassando o 5 sentido.
Depois de mostrar o objetivo desse blog, farei um breve resumo sobre o seu nome :

Olho de Hórus ou 'Udyat' é um símbolo, proveniente do Egito Antigo, que significa proteção e poder, relacionado à divindade Hórus. Era um dos mais poderosos e mais usados amuletos no Egito em todas as épocas.
Segundo uma lenda, o olho esquerdo de Hórus simbolizava a Lua e o direito, o Sol. Durante a luta, o deus Set arrancou o olho esquerdo de Hórus, o qual foi substituído por este amuleto, que não lhe dava visão total, colocando então também uma serpente sobre sua cabeça. Depois da sua recuperação, Horus pôde organizar novos combates que o levaram à vitória decisiva sobre Set. Era a união do olho humano com a vista do falcão, animal associado ao deus Hórus. Era usado, em vida, para afugentar o mau-olhado e, após a morte, contra o infortúnio do Além.
O Olho de Hórus e a serpente simbolizavam poder real tanto que os faraós passaram a maquiar seus olhos como o Olho de Hórus e a usarem serpentes esculpidas na coroa. Os antigos acreditavam que este símbolo de indestrutibilidade poderia auxiliar no renascimento, em virtude de suas crenças sobre a alma. Este símbolo aparece no reverso do Grande selo dos Estados Unidos da América,sendo também um símbolo frequentemente usado e relacionado a Maçonaria.
O Olho Direito de Hórus representa a informação concreta, factual, controlada pelo hemisfério cerebral esquerdo. Ele lida com as palavras, letras, e os números, e com coisas que são descritíveis em termos de frases ou pensamentos completos. Ele aborda o universo de um modo masculino.
O Olho Esquerdo de Hórus representa a informação estética abstrata, controlada pelo hemisfério direito do cérebro. Lida com pensamentos e sentimentos e é responsável pela intuição. Ele aborda o universo de um modo feminino. Nós usamos o Olho Esquerdo, de orientação feminina, o lado direto do cérebro, para os sentimentos e a intuição.
Hoje em dia, o Olho de Horus adquiriu também outro significado e é usado para evitar o mal e espantar inveja (mau-olhado), mas continua com a idéia de trazer proteção, vigor e saúde.

Espero que me sigas em minha experiência.................